Na história da teledramaturgia mexicana, poucos nomes são tão respeitados quanto o de José Alberto Castro, mais conhecido como El Güero. Tio do cantor Cristian Castro e irmão da estrela Verónica Castro, El Güero construiu uma carreira sólida como produtor na Televisa, colecionando sucessos que equilibram o clássico melodrama com narrativas ousadas e personagens marcantes.
Castro é conhecido por sua capacidade de escolher boas histórias e reunir elencos de peso. Seu trabalho atravessa diferentes estilos, mas sempre com um ponto em comum: o apelo popular. A seguir, listamos cinco novelas essenciais de sua carreira, incluindo produções que marcaram época e outras que mostram sua atual relevância.
Teresa (2010)
Uma das novelas mais aclamadas da década passada, Teresa apresentou ao público uma protagonista que rompeu com os estereótipos tradicionais. Interpretada com intensidade por Angelique Boyer, Teresa é uma jovem pobre, mas ambiciosa, que usa sua beleza e inteligência para subir na vida — mesmo que para isso precise manipular e ferir quem está ao seu redor. A trama, baseada em uma obra de Mimí Bechelani, é uma adaptação moderna do clássico exibido em 1989. Com direção segura e um roteiro afiado, a novela conquistou tanto o público quanto a crítica, tornando-se um marco na carreira do produtor.
Rubí (2004)
Antes de Teresa, Rubí já havia pavimentado o caminho para as "anti-heroínas" da Televisa. A personagem-título, vivida com carisma e sedução por Bárbara Mori, é uma mulher que despreza sua origem humilde e se casa por interesse. Ambiciosa e determinada, ela conquista e destrói com a mesma facilidade. Produzida por El Güero, a novela é uma adaptação da obra de Yolanda Vargas Dulché, e sua repercussão foi tamanha que a personagem se tornou uma figura icônica da TV hispânica. A produção foi vendida para vários países e consolidou Castro como um produtor capaz de modernizar velhas fórmulas com frescor e ousadia.
La Que No Podía Amar (2011)
Esse melodrama rural marcou a volta de Ana Brenda Contreras como protagonista, ao lado dos astros Jorge Salinas e José Ron. A história gira em torno de Ana Paula, uma jovem enfermeira que, por necessidade financeira, aceita cuidar de um homem amargo e autoritário chamado Rogelio Montero, um fazendeiro que perdeu os movimentos das pernas após um acidente. É considerada uma das novelas mais sólidas de El Güero, tanto em termos de audiência quanto de narrativa.
Corona de Lágrimas (2012)
Este drama urbano traz Victoria Ruffo no papel de Refugio, uma mãe dedicada que luta para criar seus três filhos sozinha em meio a dificuldades financeiras e dilemas morais. Cada um dos filhos representa um conflito diferente: o ambicioso, o rebelde e o íntegro. A trama tocou o público pela maneira com que retratou o sacrifício materno, a desigualdade social e os laços familiares. Com um tom mais clássico e emocional, a novela foi um grande sucesso de público, a ponto de ganhar uma segunda temporada dez anos depois. Corona de Lágrimas é um exemplo claro do domínio de El Güero sobre o melodrama tradicional, sem soar datado.
Las Hijas de la Señora García (2024)
Mais recente produção de José Alberto Castro, Las Hijas de la Señora García marca o retorno do produtor às tramas familiares com uma abordagem moderna e feminina. A novela acompanha Ofelia García (María Sorté), uma mulher ambiciosa que sonha com luxo e riqueza. Determinada a alcançar seus objetivos, ela projeta suas aspirações na filha mais nova, Mar (Ela Velden), incentivando-a a participar de testes para se tornar famosa. Misturando temas sociais com o tradicional melodrama, a obra foi bem recebida pela crítica e pelo público, destacando-se como um acerto em tempos de transição no gênero.
Um legado de sucesso
Ao longo das últimas duas décadas, José Alberto Castro provou ser mais do que um nome tradicional na Televisa. Ele é um criador de tendências dentro do universo das novelas, capaz de reconhecer o que o público quer ver — seja uma história clássica sobre o amor materno ou uma trama ousada protagonizada por uma mulher ambígua. Seu currículo é uma amostra de como o melodrama pode se reinventar sem perder sua essência. E com produções como Las Hijas de la Señora García, ele segue mostrando que sabe combinar emoção, entretenimento e atualidade com maestria.
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