Primeiras impressões: “Monteverde” estreia com charme, leveza e clima de fábula no horário nobre

(Foto: TelevisaUnivision)

A nova novela das 20h30 da Televisa, Monteverde, estreou nesta segunda-feira (17) no Las Estrellas apostando em um tom mais leve e bem-humorado do que o habitual da faixa. Protagonizada por Gabriel Soto e África Zavala, a trama mistura comédia, romance e situações inusitadas, fugindo do melodrama clássico e apostando em uma narrativa mais descontraída, quase com ares de fábula contemporânea.

Na história, Carolina (África Zavala) foge de um escândalo assumindo a identidade da irmã gêmea, uma freira, e se muda com o filho e a babá para Monteverde, uma cidade isolada que, por regra local, não aceita a presença de mulheres. Sua chegada quebra a rotina do lugar e gera choque, principalmente em Óscar (Gabriel Soto), homem de personalidade rígida, que vive preso ao passado e tenta manter a ordem a todo custo. A convivência entre os dois é marcada por tensão, troca de farpas e aquele clássico “ódio à primeira vista” que o público das novelas conhece bem — e adora.

A primeira impressão é de uma novela simpática, com um conceito curioso e um texto que equilibra bem leveza e emoção. A trama se constrói a partir de choques de realidade, segredos e tensões românticas, mas tudo conduzido com ritmo suave e um certo tom lúdico. A identidade trocada, os personagens excêntricos da vila e a tensão entre os protagonistas são elementos que remetem às novelas de humor mais ingênuo, mas sem abrir mão da estrutura dramática tradicional.

O capítulo de estreia foi eficaz na apresentação da proposta central e dos protagonistas. Gabriel Soto aparece contido, mas funcional como o mocinho fechado e carrancudo, enquanto África Zavala brilha ao dar vida a uma heroína leve, espirituosa e com boa presença cênica. A química entre os dois funciona desde os primeiros momentos, o que é essencial em uma novela onde o romance e o conflito caminham juntos desde o início.

A direção aposta em uma estética mais solar, com fotografia clara, cenários campestres e uma trilha sonora que acompanha bem o tom da narrativa. Há uma leveza geral que dá à novela uma identidade própria, o que a diferencia de outras produções recentes da emissora que optaram por uma abordagem mais densa ou urbana.

Embora ainda tenha muito a desenvolver, Monteverde apresenta potencial. A premissa oferece possibilidades interessantes para o desenrolar da trama, e o desafio agora é manter o frescor da estreia sem cair em repetição ou caricatura.

Como cartão de visitas, Monteverde cumpre bem sua função: apresenta personagens carismáticos, uma ideia central cativante e um universo narrativo que convida o telespectador a voltar no dia seguinte. É cedo para decretar sucesso, mas a estreia foi promissora — e, acima de tudo, coerente com a proposta de oferecer algo diferente e acolhedor no horário nobre.

Redação

Paulista do interior, apaixonado por novelas, séries e filmes. Gamer nas horas vagas e entusiasta da cultura pop.

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