Angelique Boyer se tornou, ao longo da última década e meia, uma das principais estrelas da televisão mexicana. Nascida na França e criada no México, a atriz iniciou sua carreira em papéis coadjuvantes, como em Rebelde (2004), até alcançar o posto de protagonista absoluta da Televisa. Dona de uma versatilidade que lhe permite transitar com naturalidade entre heroínas doces, mulheres atormentadas ou anti-heroínas calculistas, Boyer é um dos maiores ícones da era moderna das telenovelas latinas. Abaixo, relembramos cinco de suas obras mais emblemáticas — produções que não apenas marcaram sua trajetória artística, mas também deixaram sua marca no público.
Teresa (2010) — a virada de chave da carreira
Teresa é, sem dúvida, o divisor de águas na carreira de Angelique Boyer. Nessa releitura da novela clássica de 1989, a atriz interpretou Teresa Chávez, uma jovem brilhante e extremamente ambiciosa que usa sua beleza e inteligência para escapar da pobreza. A personagem, repleta de contradições e moral ambígua, é uma das anti-heroínas mais populares da televisão mexicana moderna.
A força da atuação de Angelique foi tamanha que ela ofuscou veteranos do elenco e transformou Teresa em um ícone pop — símbolo da mulher que desafia o sistema e rompe com o tradicional arquétipo da mocinha sofredora. A novela rendeu altos índices de audiência, vários prêmios e foi amplamente exportada, incluindo três exibições de sucesso no Brasil.
Abismo de Pasión (2012) — o melodrama em sua essência
Após o impacto de Teresa, Angelique Boyer protagonizou Abismo de Pasión, uma novela que segue os moldes do melodrama rural clássico, com segredos de família, rivalidades e um amor proibido. Na trama, ela dá vida a Elisa Castañón, uma jovem marcada por uma tragédia que envolve a morte de sua mãe e um romance impossível com Damián, interpretado por David Zepeda.
Gravada no estado de Yucatán, a produção usou paisagens naturais como pano de fundo, o que trouxe frescor à novela. Boyer encarna uma mocinha mais tradicional, mas ainda assim dotada de coragem e intensidade emocional. A novela alcançou grande audiência e reforçou seu status de estrela confiável no horário nobre da Televisa.
Lo Que la Vida Me Robó (2013) — o auge do folhetim romântico
Em Lo Que la Vida Me Robó, Angelique alcançou o auge de popularidade. A novela, baseada em Bodas de Odio (1983), é um folhetim clássico que gira em torno de Montserrat Mendoza, uma jovem forçada pela mãe a se casar com um desconhecido, Alessandro (Sebastián Rulli), para salvar a família da falência.
O triângulo amoroso entre Montserrat, Alessandro e José Luis (Luis Roberto Guzmán) gerou discussões nas redes e dividiu torcidas, enquanto a personagem de Boyer transita entre o dever e o amor verdadeiro. A química com Rulli — com quem Boyer já mantinha um relacionamento fora das telas — garantiu autenticidade às cenas e ajudou a impulsionar o sucesso internacional da novela. Foi exibida em mais de 50 países, com enorme repercussão na América Latina, nos EUA e também no Brasil, onde passou no SBT.
Amar a Muerte (2018) — ousadia e renovação
Cinco anos depois, Angelique surpreendeu ao escolher uma trama diferente do melodrama tradicional. Em Amar a Muerte, ela interpretou Lucía Borges, uma mulher ambiciosa e envolvida em traições, que se vê no centro de uma trama que mistura reencarnação, espiritualidade e intrigas familiares.
A produção foi ousada ao abordar temas como karma, justiça espiritual e identidade, com uma estética moderna e ritmo mais ágil. Paralelamente à história de Lucía, a novela também se destacou pelo romance entre Valentina Carvajal (Macarena Achaga) e Juliana Valdés (Bárbara López), que conquistou enorme repercussão e representatividade, especialmente entre o público jovem.
A atuação de Angelique foi amplamente elogiada, revelando maturidade e domínio de cena. Amar a Muerte venceu diversos prêmios, foi sucesso de crítica e permanece como uma das novelas mais inovadoras da Televisa na década.
El Amor Invencible (2023) — a força do recomeço
Mais recentemente, Angelique brilhou em El Amor Invencible, produção de Juan Osorio que a trouxe de volta ao melodrama de impacto social. Na trama, ela vive Leona Bravo, uma mulher marcada por um passado trágico: acreditando que seus filhos haviam morrido em um incêndio, ela reconstrói sua vida, até descobrir que eles estão vivos e sob os cuidados de sua maior inimiga.
A novela mistura temas como violência doméstica, adoção, tráfico humano, abuso de poder e resiliência feminina, num roteiro que equilibra drama, ação e romance. A atuação de Angelique foi novamente elogiada, tanto por sua carga dramática quanto pela sutileza nas cenas mais emocionais. Com excelente desempenho de audiência e boa recepção do público jovem, El Amor Invencible reafirmou sua relevância mesmo em tempos de fragmentação de audiência.
Uma estrela que segue se reinventando
Angelique Boyer é, sem dúvidas, um dos grandes nomes da TV mexicana contemporânea. Seu carisma, talento e escolha cuidadosa de personagens fazem com que cada nova novela protagonizada por ela seja recebida com grande expectativa — e quase sempre com aplausos. Se depender do histórico, o próximo sucesso já está a caminho.
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